A Xamã passou a estar diariamente nos meus pensamentos, tamanha que foi a transformação que estou a sentir, não só emocional, mas também fisicamente.
Passo a enumerar:
Desapareceu a sensação de nó na garganta,
Desapareceu a retenção de líquidos/inflamação dos tecidos (desde os 30 anos que recorro a drenagens linfáticas manuais para me ajudar neste processo e, agora, a terapeuta diz que não é necessário porque deixei de fazer retenção e sinto o corpo seco),
Surpreendentemente, o meu companheiro tornou-se muito mais atencioso comigo, com atitudes que ter. Parece ter recebido informação sobre as pequenas coisas que eu às vezes referia serem tão importantes para mim e suficientes para me deixar feliz. Pode ter sido só o susto por ter percebido que eu não estava bem e que o passo seguinte seria a separação. Mas penso que não será apenas isso…
Sinto reforçada a determinação na redução das responsabilidades profissionais e até a avaliação da empresa que pretendo vender e cujo processo (avaliação) está em curso, sofreu uma reviravolta surpreendente, aproximando-se do valor que me deixaria mais confortável.
Em relação à cerimónia dos bébes, é-me difícil estabelecer uma relação direta com o meu bem estar, mas passei a acordar com uma sensação de alivio e missão cumprida em relação ao passado.
Viagens I
“Somos convidados neste planeta.
Temos a oportunidade de viver o mais plenamente possível.
E, visto que temos de ser, porque não ser tudo o que podemos ser?”
Há experiências que quando descritas ficam a anos-luz da realidade vivida. Mesmo assim tentarei fazê-lo, não pela necessidade de partilha, mas porque quero relembrar-me, sempre, que foi mais do que um sonho e que a semente está em mim. Está tudo em mim.
Faz hoje 3 meses que estava no último dia da minha dieta, solitária, de preparação para receber a visita da planta mestre na minha humilde casa, o meu corpo. Uma semana de restrição de açúcar, sal, gorduras e relações sexuais, entre outros alimentos mais específicos.
Só faziam cerca de seis meses desde que descobri (por mero acaso..ou não) o tema e o comecei a explorar com curiosidade e entusiasmo. Consultei vários sites, vi alguns documentários e li dois livros. Já tinha tido uma oportunidade de participar numa cerimónia, mas algo me fez adiar a experiência e percebo que ela aconteceu no momento certo, numa fase em que muitas dúvidas me surgiam e precisava, de algum modo, de tomar decisões, sobre a minha vida…ou como vim a perceber, em como lidava com algumas situações dentro dela.
Tinha medo da minha reacção, do desconhecido. Ouvi a experiência de várias pessoas com vários tipos de drogas sintéticas, a maioria experiências diferentes, mas agradáveis, ou pelo menos era só essa a parte que me contavam. Mas…alucinações? Eu nunca tive uma alucinação..como vou saber se é real ou não? E se entro em pânico? e se? e se? e se?…
“(…) aspectos que diferenciam as plantas das drogas «humanas» é o seu pendor pouco recreativo – as reacções violentas de purga que provocam não fomentam a sua utilização com um objectivo de divertimento ou entretenimento. Não prometem visões agradáveis, apenas transformação profunda, e isso não é algo que todos queiram fazer nesta vida. Talvez mais tarde…Para já é preferível matar-se a trabalhar, comer para suprimir os sentidos, abafar a percepção para que não haja grandes questionamentos. Neste quadro, os narcóticos fazem perfeitamente sentido: reforçam uma tendência segura.”
Chegara o dia. Depois de uma noite de trabalho muito mal dormida, um pequeno almoço de pão (o único sal permitido…e só nestes dias me apercebi da quantidade de sal que este tem e do quão bem me sabia comê-lo!) e cevada (o meu substituto ilusório do café, que tanto gosto e que também não deveria ser consumido), uma viagem na qual não consegui dormir, preenchida pelo nervoso miudinho como quem vai ter um primeiro encontro amoroso. A meio do destino encontrei-me com a minha companheira de viagem (viagem física, as que se seguiram seriam assustadoramente individuais), almocei uma sandes de peixe grelhado, agriões e rúcula que me soube pla vida… é bom ter perto alguém que está em plena sintonia, partilham-se dúvidas e faz-se humor sobre os momentos que precedem o salto.
Depois de alguma espera conheci finalmente a autora do livro que me trouxe até ali. Fiquei nervosa quando fui falar com ela, uma mulher muito bonita, amorosa, integra, inspiradora, de poucas palavras, mas muito acessível, com quem já tinha trocado alguns emails e exposto algumas das minhas dúvidas. Sorriu quando disse o meu nome, em forma de reconhecimento “Finalmente conhecemo-nos!” Éramos cerca de 16 pessoas, julgo que eu das mais novas. E apenas 3 já tinham participado em cerimónias. Preenchemos um papel no qual tínhamos de escrever qual o motivo de estarmos ali, qual a nossa intenção. E assinar uma declaração na qual nos responsabilizávamos pelos nossos actos e possíveis consequências. Quem vai, tem saber para o que vai e ser responsável por essa escolha (assim como por todas as que tomamos ao longo da vida).
18.1.2013
21H
Fomos para a sala da cerimónia, tínhamos quartos onde dormir, mas quem quisesse poderia pernoitar ali mesmo, como optei por fazer. A sala não era muito grande e tivemos de libertar uma das paredes devido á chuva e humidade que se fazia sentir, inicialmente achei que a proximidade física com as restantes pessoas era demasiada e que de algum modo poderia interferir na experiência, mas depois percebi que estava bem assim. Foram colocados perto de cada um de nós um vaso..caso a purga viesse…lembrei-me dos testemunhos que li..poucos não tinham precisado daquele precioso aliado. O caminho para a casa de banho ficou também desimpedido em caso de urgência..
Antes de iniciar acenderam os seus cachimbos (durante toda a cerimónia fumam tabaco, a folha, pura, é um modo de preparar e proteger o ambiente e os participantes) fizeram uma pequena introdução á planta (há muita, muita coisa que poderia ser explicada aqui, agora, por mim, mas quem tiver curiosidade não falta material para pesquisar), explicaram como iria decorrer a cerimónia e aconselharam-nos a não nos focarmos muito numa emoção, não a alimentar também de modo a não perturbarmos os colegas presentes, a irmos pelo caminho do meio sempre, se lhe déssemos muita atenção seriamos sugados por ela e acabaríamos por perder tudo o resto. Disseram-nos também para nos mantermos sentados de modo a não adormecer e falar com a planta, se nos estivesse a custar muito pedir-lhe para ser mais branda. E focarmo-nos sempre na respiração, no nosso corpo (é o que nos liga a esta realidade). E se achássemos que estávamos muito mal chamá-los baixinho…
Ouvi tudo com muita atenção, mas nunca pensei que estes conselhos fossem tão preciosos…principalmente o último.
Chamaram o meu nome. Fui á frente, sentei-me sobre os calcanhares, o meu coração parecia querer saltar-me do peito com a rapidez com que batia. Tinha chegado o momento. Recebi o copo na mão, fechei os olhos, pensei e repeti para mim mesma a minha intenção e forcei-me a engolir aquele liquido espesso de cor castanha e sabor amargo/azedo/salgado e picante. Fui para o meu lugar e fiquei com um muito mau sabor na boca que me fez engolir saliva várias vezes na esperança que as minhas papilas gustativas ficassem mais aliviadas..Beberam todos. As luzes foram apagadas. Senti como que a planta a escorrer-me pelo esófago até ao estômago. Mantive-me sentada, imóvel, cansada de não ter dormido..á espera. Comecei a sentir uma certa náusea, sem comer praticamente desde o almoço parecia ter o estômago cheio. Passada cerca de meia hora começaram finalmente a cantar os ícaros. Entretanto imagens vinham-me á mente, cenas comuns do dia-a-dia, como (me) costuma acontecer mesmo mesmo antes de adormecer. A náusea ia aumentando, o cansaço fazia-se sentir cada vez mais intensamente. Quando fechava os olhos via desenhos que se desenrolavam com o soar dos ícaros, se paravam de cantar o desenho parava. Desenhos enrolados em tom de verde. Alguns cenários da Natureza também. Pararam de cantar, tinha passado uma hora suponho. Eu sentia-me absolutamente exausta, uma vontade enorme de dormir, a náusea e uma sensação de frio que me percorria o corpo bem vestido e aconchegado com uma manta dentro do saco-de-cama. Quem quisesse ir beber o 2do copo era esta a altura. O meu cansaço e a náusea persistente fizeram com que não fosse. Tinha medo que esta aumentasse e não me deixasse adormecer…e eu queria tanto dormir… A fusão dos ícaros, a voz vibrante e pacífica dele com a voz envolvente e maternal dela continuavam a fazer aparecer desenhos. Não queria que parassem de cantar, o meu corpo, ou melhor a planta no meu corpo, pedia o cântico. Acalmava a náusea..acalmava-me. Todos os sons, fosse da porta a abrir quando alguém ia ao WC ou alguém a tossir pareciam-me enormes…muito intensos. E a luz do isqueiro que usavam ofuscava-me..Depois de repetirem a dose, pensei que o efeito em mim já estaria a passar e ficaria por ali. Entretanto senti um calor muito grande, essencialmente nas pernas (que há minutos estavam geladas) e deu-me vontade de despir as calças, mas pensei “não, ainda não, ainda te vão chamar ao centro”. Mantive-me á espera e ai começaram a chegar os bocejos (dizem que é uma das manifestações da planta quando já está no corpo), já bocejei muitas vezes..mas nunca daquela maneira..eram bocejos super intensos, principalmente o primeiro, foi como se a minha boca se abrisse mais do que o tamanho da minha cara, senti a minha boca como a de um felino, os meus caninos eram compridos e afiados.. Sentia-me á beira da exaustão já meia a dormitar quando ouvi chamarem baixinho o meu nome, era altura de ir até ao centro para cantarem ícaros para mim. Fui a gatinhar até lá, á almofada onde me sentei, o cansaço não me permitiu levantar. Queria estar atenta e concentrada nos icaros, mas não conseguia de tão cansada…de repente senti uma presença muito forte ao meu lado, virei-me e não vi ninguém. Era ela que estava a cantar para mim e parecia-me que tinha um animal pequeno, peludo no colo, depois a cara deste animal passou-lhe para o pescoço e era como se os cânticos lhe saíssem pelo pescoço, da boca do animal…”Já está” era o que dizia quando terminava o meu ícaro, fui para o meu lugar e pensei “finalmente vou dormir…” mas a náusea mantinha-se, uma sensação de inquietação no corpo e sensações como pequenos insectos em cima de mim. Também por duas vezes vontade de sorrir, uma agradável paz dentro de mim. Quando sentia que podia perder o controlo abria um pouco os olhos e focava-me na respiração. O estômago pesado e os intestinos a mexer. Depois uma sensação fantástica de algo dentro do meu ventre, como se estivesse grávida (deve ser isso que se sente :/ ), muito agradável. Fui-me lembrando da minha intenção e pedi á planta para me mostrar algo…mas não vi nada em concreto…Houve uma sensação que não gostei, algo sobre mim, que talvez tenha de mudar ou aceitar que ás vezes sou assim.. Foi engraçado, quando já estava quase a adormecer chamaram por uma Sara, várias vezes e eu fiquei alerta e questionei-me “Será que sou eu a Sara?! Não..eu acho que não sou a Sara..” e adormeci. Cada cerimónia dura cerca de 5 horas.
Acordei muito bem disposta, como nos dias que se seguiram. O meu corpo pedia comida e fomos tomar o pequeno almoço-dieta que me soube a mel…depois uma reunião para partilharmos o que quisessemos sobre a experiência da noite anterior. Almoço e tempo livre até ás 19h.
19.1.2013
19H
Nova taquicardia, talvez um pouco mais de resistência á toma por já conhecer o sabor. A intenção. Beber.
Pouco tempo depois a náusea, mais forte, muito mais forte. Mal começaram a cantar (meia hora depois), senti-a a querer subir-me pelo esófago. A purga. Depois uma sensação de alivio…bem estar…gratidão por tudo e por todos..sem nausea! Sentia-me mesmo bem..comecei a falar com a planta…lembro-me de perguntar algo acerca de como encontrar o amor..um amor daqueles puros…e senti como se algo me estivesse a puxar os cantos da boca para cima, com meiguice, mas com determinação, eu não conseguia contrariar aquele movimento, o de sorrir. Achei piada á resposta e interpretei á minha maneira. E fiquei assim com aquela boa sensação de bem estar sem mais nada, a desfrutar daqueles momentos.
Chegou a altura da 2da toma para quem quisesse, hesitei, não sabia se deveria ir ou não, não queria de modo algum subestimar a planta, mas sentia-me bem, como se os efeitos tivessem passado e pensei “vim aqui para isto, para a sentir” e decidi ir á 2da ronda. Bebi, mau estar, a náusea voltou ainda mais intensa, comecei a sentir os efeitos a subir-me á cabeça, muito forte. Veio mais um vómito mais que muito intenso, arrastei-me para o vaso aos meus pés. Vómitos que pareciam ser arrancados das mais profundas vísceras do meu corpo. Senti como que “espiritos”, coisas negras, esvoaçarem á minha volta enquanto vomitava, como se eu me visse de cima. Abri os olhos e vi um dos xamãs a soprar fumo em direcção a mim e os seres esvoaçantes desapareceram. Encostei-me para trás, não estava nada bem, um mau estar nunca antes sentido por mim. Fui das primeiras a ser chamada para o centro para me cantarem os icaros. Sentei-me na almofada e só me dava para pedir desculpa á planta por ter querido beber a 2da vez, sentia culpa e pensei “quiseste, agora tens de aguentar”. Quando terminou o meu ícaro sentia-me sem forças, pior que qualquer embriagues já experienciada por mim, já não conseguia manter os olhos abertos por muito tempo. Arrastei-me para o meu lugar mas já nem me consegui meter dentro do saco-de-cama. Ao fechar os olhos fui transportada para um outro lado, outro mundo? outra dimensão? Não sei onde estava, fiquei por lá não sei por quanto tempo, lá não havia tempo. Sei que lá era tão ou mais real que aqui, o “aqui” deixava de existir quando fechava os olhos. Inicialmente e por momentos quando conseguia abrir os olhos ainda me conseguia manter cá, por meros segundos, depois era como se algo me sugasse para esse outro lado, me obrigasse a fechar os olhos e ir para lá..lembro-me de ver um ambiente cor-de-rosa forte e outro azul escuro, não me lembro de ter visto nada especifico, mas sentia que era desagradável estar lá, mas só sentia isso quando conseguia por momentos muito curtos aperceber-me que “o meu mundo, este!” existia e que era este que eu conhecia, mas eu pertencia tanto a um como a outro. Cheguei a um ponto em que mesmo conseguindo abrir os olhos (o que era uma luta) já não me conseguia manter cá, como se os mundos se fundissem, as caras das pessoas apareciam-me como manchas disformes, então fechava os olhos com medo que esta “minha” realidade se transformasse e era inevitavelmente transportada para a outra. Já não conseguia sequer manter algum controlo na respiração, aliás por momentos parecia que me esquecia de respirar e só quando abria os olhos me apercebia que tinha um corpo, mas eu não o sentia como meu. Senti que ia continuar a ser sugada e que ia ficar “lá” para sempre. Então numa das vezes que me consegui aperceber “desta” realidade, olhei á volta, lembrei-me vagamente de quem eram aquelas pessoas que estavam naquela sala comigo e pensei “espera, isto não é normal, não estou a ter controlo nenhum” e entre uma ida lá e volta cá ouvi, claramente, e pela primeira vez, uma voz vinda não sei de onde chamar o meu nome e dizer-me “Sê humilde, pede ajuda.” Então arrastei-me como pude um pouco para a frente e chamei pelo nome da xamã sem perceber se me ouviam e só me saiu: “Eu não estou bem” (no dia seguinte disseram-me que eu tinha falado em francês, mas duvido muito..porque não sei falar francês). Disseram-me para eu ir para o centro e sentar-me na almofada, mas demorou um pouco até eu perceber o que me diziam, parecia que não falavamos a mesma lingua..nem os conseguia ver bem. Disseram-me para fechar os olhos e cuspiram-me perfume para a cara (água florida, sei agora) e voltou a cantar ícaros para mim…eu continuava a ser arrastada para um outro lado sem controlar..não faço ideia quanto tempo estive lá no centro, mas ouvia ao longe os canticos e cada vez que me cuspia perfume eu sentia que ia ganhando algum controlo em mim, voltava a sentir o meu corpo e a ganhar resistência ao que me sugava para o outro lado. Finalmente comecei a lembrar-me de quem era, o meu nome, o que fazia, a fazer um rewind na minha vida. Mais um pouco de perfume e disse-me “Já está”. Eu com uma sensação de alivio indescritível só lhe consegui dizer “Obrigada…muito obrigada..” e fui para o meu lugar. Depois deu-me uma vontade enorme de chorar, como quem acaba de apanhar um susto de morte e volta á vida, alivio, felicidade por estar “de volta” ao que conheço. E lembrei-me de um dos conselhos iniciais “não alimentar emoções”, passou. Tentei mesmo assim manter-me até ao fim da cerimónia de olhos bem abertos, a observar e a falar comigo mesma com algum receio de voltar a ser “arrastada” ao fechar os olhos. Adormeci.
“Acredito que o homem se habituou a este estado de consciência do estar acordado, mas é uma presunção pensarmos que é o único estado em que as nossas percepções são reais.”
Esta foi uma experiência mais que muito interessante, mas assustadora, não por ter tido medo de algo nos sitios para onde “fui”, mas o desespero de perceber que não tinha controlo sobre tudo (como ilusoriamente estamos habituados no dia-a-dia)..tive medo de não regressar.
Depois da partilha, no dia seguinte, disseram-me que a 2da noite é normalmente a mais intensa e foi uma experiência boa para mim, para conhecer os meus limites e de qualquer modo foi bom ter ido beber a 2da vez pois fiz um processo de limpeza mais profundo.
Fiquei com a dúvida do que poderia ter acontecido se não tivesse pedido ajuda..acabei por não perguntar.
20.1.2013
19H
Ajoelhei-me com o copo na mão e lembrei-me mais uma vez do que me tinha levado ali. Sentei-me com a cabeça encostada no estrado de madeira e esperei com entrega e confiança o que a planta me quisesse oferecer. Senti-a rodar-me no estômago e passear pelo intestino. Para agradável surpresa minha não senti náusea sequer…Senti o meu corpo vibrar com a chuva que se fazia ouvir lá fora, a água do meu corpo era a da chuva também. Passeei por mundos de selva e animais, senti-me um animal junto a um rio, metade do meu corpo era ele. Sensações agradáveis e sempre com controlo na respiração. Quando fui para me cantarem o ícaro senti a planta na minha cabeça a fazer-me movimentos suaves e ondulatórios ao som do ícaro. Houve um momento em que o xamã se começou a rir e eu ri-me também com muita vontade, e sentia a planta a rir-se dentro de mim. Falei com ela, lembrei-a da minha intenção e ela mostrou-me, claramente alguma coisas e objectos. Via-me pacifica a ajudar e a aceitar a doença e sofrimento á minha volta sem que isso me massacrasse por dentro. Vi-me com uma espécie de bolha protectora á minha volta em que a energia que eu queria era direccionada para quem eu queria sem receber energias (más) das outras pessoas em retorno. Lembrei-me um curso de massagem que andava a pensar fazer.
Quando adormeci tive um sonho em que eu ia a pé a sair, muito determinada, de uma cidade, mas eu sabia que ia haver um ponto em que ia parar e voltar para trás..porque tinha de passar por um sitio muito escuro e eu tinha medo. (coisas a ultrapassar?..)
“Deslumbra-te com as coisas, em vez de as transformares em medo. O que tu podes mudar não é a realidade, é essa forma de energia, a do medo”
De manhã acordei com o cantar dos pássaros lá fora, vontade de me levantar e aproveitar o dia, a vida. Com vontade de dizer “obrigada” a cada companheiro desta viagem e principalmente aos xamãs por serem tão dedicados…pacientes..tão tanto! Por no seu papel me terem ajudado a acreditar e confiar..por ela ter escrito aquele livro que me veio parar ás mãos para eu poder ter vivido tudo isto que não cabe em palavras.
Segui os conselhos da planta mestre e entre muitas outras coisas recuperei a força para o dia-a-dia no trabalho.
“O importante é regressar, é integrar. É a mesma coragem com que vieram que é necessária no pós (…)”
“A planta faz 50%, o resto é por vossa conta.”
Algo “novo” a acontecer de manhã quando acordei. Essa sensação perdurou pela semana toda.
Ficou daí uma mensagem sobre importância do meu centro vital estar bem ancorado, conhecer melhor os métodos de cura e defesa desta profunda Medicina.
Continuo a receber informação, conhecimentos em forma de”eurécas”, desbloqueio e activo assuntos pendentes que se encontravam em compasso de espera à algum tempo, com alguma facilidade…como por magia!.
A semana passada iniciou de forma intensiva, como um teste ao meu estado interior e não tenho dúvidas que a vossa ajuda foi preciosa, já que no que faço, trato pessoas com os mais variados estados de doença.
Agradeço a conexão aos Espíritos Divinos e a protecção para as minhas mãos…obrigado!